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Olho os retratos desse nosso passado e me perco entre os detalhes puros dos velhos tempos. Putz! Como é rápido, é sério.
E o que dizer dessa teimosa distancia que nos afasta. Costumo me dar bem com essa história de que passado é passado, mas vez e outra tenho recaídas e aperto aquele instante distante.
Ora, como não se render aos belos dias em que eu e você simplesmente aprendíamos a ser espontâneos, agindo conforme a melodia, sem desviar de uma única nota.
Não me surpreende esse tom de hoje, desafinado e incompleto.
Acho que preciso recomeçar e aprender tudo outra vez. Não me resta outro caminho. Enquanto isso eu torço para que possamos nos reencontrar, quem sabe. Seria como desafiar os princípios e as leis da vida, mas o que importa, se esse é o preço, pois que pagamos.
Prefiro ser punido por ser quem sempre quis e fazer o que sempre me deu vontade, dentro de minhas limitações ou além delas, do que viver conforme o conformismo. Mesmice é atitude tola e conta pontos para fracos.
Eu quero apenas sentir cada verso que escrevo; cravar entre meus ossos detalhes de encontros e desencontros; quero falar um pouco mais, para que não durmas. Quero viver tudo o que me for possível e por fim, entender porque a música tem que acabar.
É como o sol que se esconde lentamente no horizonte sem revelar seus passos, por mais óbvios que possam ser, e desaparece em segundos, diante de nossos olhos, de nossos medos. Um retrato fiel à vida.
Saudades... Só me resta dizer saudades.
Estou cansado de viver das lembranças, dentro desses muros inconsistentes de esperanças, mas é o que eu tenho no momento. Vou sonhando, descobrindo, tentando viver, enquanto as luzes continuam a perder seus brilhos, pois ainda preciso de muita coisa, ou talvez de uma só: você!
Por Antonielson Sousa