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26 de nov. de 2010

Fogo no Rio: Guerra no Morro


A guerra é só um pretexto simples para aliviar a grande preocupação das autoridades, que já não sabem mais com o que realmente estão enfrentando. Suas armas parecem brinquedo, comparadas com as metralhadoras, escopetas, bazucas dos traficantes. É uma briga onde o poder se curva à ousadia.
Os projéteis das balas são vistos tomando café nos cantos das favelas, sem se inibir com os corpos subindo e descendo morro.
Os moradores, principais vítimas desse duelo interminável, são submetidos a estas cenas de filme, tão real quanto seus medos.
Nada podem fazer contra as balas que estilhaçam seus sonhos, trazendo consigo a desconfiança de simplesmente cruzar a rua de casa, ou de talvez dormir e nunca mais acordar.
Parecem dispostos a aceitar, como se não houvesse opção, que o tiro acerte em sua perna, ou talvez na mão, ou quem sabe nos olhos, pelo menos assim não veriam o absurdo homem em total desarmonia consigo mesmo.
Afinal, onde fica então o poder, a segurança que tanto é aclamada. Será que foram mortos numa emboscada do tráfico, ou estão nos corredores de suas casas protegidos por várias paredes, como assim insensatamente orientaram os moradores da favela.
Éh! Infelizmente não podemos contar com a segurança, como queríamos. Resta-nos torcer como em um jogo de azar, talvez a sorte, provavelmente armada, entregue ao crime, bata em nossa porta e se ofereça para entrar. É... talvez sim... 

Crônica escrita por Antonielson Sousa

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